segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Ao todo, um brinde!

Há dias em que o coração fica pequeno, bem pequenino. Seja por uma crítica um pouco mais dura ou por uma culpa que não passa. Sei que se perde o brilho, a fome e por um momento, a felicidade.
Mas a roda da vida não para, e não há espaço para o abatimento, seguir em frente do jeito que der é imperativo. Seguir mesmo que um pedaço fique pra trás, que as pernas fraquejem e a vontade seja de chorar num buraco escuro, longe dos olhos de quem quer que seja.
Afinal, a vida é feita de momentos, e se olharmos melhor, a maioria dos momentos serão de felicidade. Sendo assim, não dá pra deixar que os momentos ruins apaguem o que há de bom no todo.

Cabeça erguida e bola pra frente.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ir em frente!

Tenho andado devagar, não ando conseguindo acompanhar as voltas que o mundo tem dado. Por hora tento acelerar o passo para ver se chego logo onde preciso chegar, mas me confundo entre minhas pernas e pés e desacelero ou caio. Custo a levantar. Peço ajuda que muitas vezes demora a chegar. Perco tempo na tentativa de me recuperar, me alinhar e continuar. Me preocupo em olhar para frente, na tentativa de alcançar com os olhos o destino, mas o que está ao lado me distrai, me desconcentra, me ilude e me atormenta. Preciso manter o foco, a determinação e precisamente a fé. A razão pela qual eu vou, ainda faz parte do desconhecido, foi assim que aprendi, que preciso ir, seguir em frente e nunca parar, até chegar onde eu tenho que chegar!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O que eu quero para esses dias.

O que eu quero para esses dias? Quero um amor. Não quero paixão. Não quero dessas paixões loucas que nos arrebatam de uma hora para outra e parece que vai nos levar a alma. Não quero dessas paixões que nos faz ver a pessoa em todas as outras num lugar movimentado. Não quero uma paixão que me exija andar impecavelmente maquiada o dia todo para não correr o risco de encontrá-lo e parecer desleixada. Não quero uma paixão que me exija muito tempo ao telefone. Não quero sentir o meu coração acelerar e minhas mãos suarem quando ele se aproximar com seu andar tranquilo sem saber o que ocorre comigo a cada passo em minha direção. Para ser sincera, dessas eu já tive. Doloridas no começo, extasiante durante e nada ao chegar no fim.
O que eu quero para esses dias, é um amor. Desses que eu nunca tive, mas já ouvi falar. Que chega devagar e nos enche a alma. Quero um amor que me faça ver a pessoa com todos os seus defeitos e ainda assim eu enxergue melhor as suas qualidades. Quero um amor que me faça ser o que sou, que me deixe a vontade com meus cabelos presos num nó no alto da cabeça e ainda assim faça com que eu me sinta linda. Quero um amor desses que eu possa ligar na madrugada quando perder o sono. Quero um amor que me deixe tranquila, que me estenda a mão quando eu for levantar, que me abrace forte quando eu pensar em desistir. Quero um amor desses que se passa horas juntos e ainda assim tem vontade de ficar mais tempo. Quero um amor desses que se desentende e se volta atras. Quero um amor desses que nos faz suspirar mas que nos mantem os pés no chão. Quero um amor. Um amor sereno, tranquilo e maduro. É o que eu quero para esses dias e para todos os outros também.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Tempo

Eu queria não ter tempo.
Não ter tempo pra ficar triste, nem pra me sentir solitário ou feio.
Eu queria mal ter tempo pra respirar, e ser obrigado a seguir em frente. A toque de caixa, como diria vovó.
Não ter tempo nem mesmo pra tomar banho direito, e viver com a orelha suja colada num sorriso.
Eu queria mesmo, era aproveitar todo esse tempo que eu perco me sentindo triste, para viajar o mundo com uma mochila nas costas, um mapa no bolso e nenhum dinheiro no banco.
Não teria tempo pra ler jornais sanguinários, ou me preocupar com o imposto de renda.
Eu ia querer é abraçar os outros, dar comida a quem precisa, salvar as baleias, ajudar os desabrigados e construir escolas na África.

Não teria tempo pra ver o tempo passar pela minha janela, ou pra ficar com esses olhos embaçados enquanto o relógio bate as horas da minha vida.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Não sou do tipo!

Não sou do tipo que se faz de santa, muito menos de boba para sobreviver. Não sou do tipo intocável, muito menos linda. Sou do tipo mulher. Do tipo que senta em qualquer lugar quando se sente realmente cansada, pode ser em meio fio de calçada ou no banco cheio de areia de uma praça. Sou do tipo que usa saia e vestido e tenho a preocupação se estou sentada corretamente a fim de não mostrar a cor da minha calcinha à ninguém. Sou do tipo que usa calça e camiseta na maioria das vezes. Sou do tipo que me olho no espelho para ver se a roupa está adequada e não para enxergar os defeitos do meu corpo. Sou do tipo que dou gargalhadas se achar realmente engraçado, que faço bico quando alguma coisa me desagrada. Sou do tipo que fala e expressa o que sente e não consigo disfarçar quando não gosto de alguma coisa. Sou do tipo que fala muito quando bêbada, mas não sou de jeito nenhum do tipo melancólica. Sou do tipo que tira o salto quando meus pés já não aguentam mais. Sou do tipo que tenho TPM terríveis e mal e bom humor oscilantes. Não sou do tipo que está sempre maquiada a espera do príncipe encantado. Aliás, acho que o príncipe deve estar a minha espera. Não sou do tipo que finge não querer quando se está louca de vontade. Não sou do tipo que faz para agradar. Não sou do tipo calma muito menos paciente. Sou do tipo que fala alto, que mexe com o conhecido que passa do outro lado da rua, do tipo que abraça se sentir vontade. Sou do tipo EU!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Ah essa calma...

De repente acordei e me enxerguei numa vida estranha, com casa, carro, trabalho, marido, dois gatos e uma calma. Ah essa calma...
De vez em quando o caldo ferve lá em casa, ou o leite derrama, ou eu queimo o assado, as vezes até poco a boca do balão. Mas essa calma... Ah ela não vai embora assim tão fácil.
Esse “sonho” adulto que faz a gente se desprender de vez daqueles sonhos loucos da adolescência acaba por fazer a gente perder alguns amigos no meio do caminho. Perdemos os inconformados com uma vida calma, aqueles que ainda sonham em conhecer o mundo em um mochilão, também os que suspiram aliviados com um negativo para Beta HCG, enquanto a gente fica triste pelo mesmo resultado.
E o que se faz? Se conforma, se convence que pode fazer muitas coisas, que é jovem, que a gravidez pode esperar, mas secretamente abolimos a pílula, e começamos a olhar quartos de bebê em vitrines.
E a calma, ah essa calma... Parece que ela vai acompanhar pra sempre, e que nunca mais seremos pessoas em revolução e que a nossa vida vai parar a qualquer momento neste ponto.
Isso assusta! E o que me deixa tremendo mesmo é a tal da perda consciente da essência, em prol de um amadurecimento que nunca saberemos se foi bom ou ruim, apenas que era necessário e aconteceu.
E o que sempre vou ficar em dúvida é se realmente era hora pra isso, se não adiantamos demais a vida com medo do amanhã sendo que esse amanhã sempre será o hoje em algum momento ou quem sabe nunca acontecerá.

Enquanto isso, vamos nos isolando entre pessoas na mesma situação que a nossa, procurando pertencer, se encaixar, juntos e separados em algum lugar comum.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Velha infância.

Eu sinto falta do cheiro da infância, aquela infância perdida na rua tranquila da casa da vovó, nas praias de fim de semana ou brincando de queimada com os primos.
Sinto falta das criancices. Da rede de vólei imaginária, dos balões de festa cheios de água, dos baralhos do domingo chuvoso. Por falar em domingos e chuva, sinto falta dos bolinhos de chuva da tia Ju. Dos filmes no sábado a noite. Das guerras de almofadas.
Sinto muita falta das cosquinhas do padrinho e do colo do papai.
Sinto falta dos amigos-x de fim de ano e das broncas que o vovô dava quando a bola caía no pé de rosas.
Sinto falta da imaturidade e da despreocupação.
Consigo sentir falta até das provas de recuperação.
Estou em contante nostalgia. Eu cresci, meu Senhor.
Eu sempre achei que as fases da vida eram pra ser vividas no máximo e não me arrependo de ter sido um pouco medrosa, mas hoje, olhando a vida adulta que me consumiu, a única coisa que posso fazer é olhar pra trás e sentir saudade dos meus primeiros anos, de quando toda e qualquer briga virava motivo de "corta aqui". Hoje eu só posso lembrar, com um sorriso no rosto, que eu tive bons anos, que eu me diverti como podia e que a vida passa mesmo, e que a gente às vezes nem percebe.